PÁGINAS

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Um poema de luiza Maciel nogueira


Brevidade sobre o silêncio, o tempo e a morte



o silêncio tem sido cobertor
em noites de lágrima,
em dias de frio extremo

por vezes a morte nos cala
como faca cravada no peito
nos arranca a palavra site da autora

nada mais será como antes
o tempo gira feito roda gigante
e nada mais será como antes 





http://versosdeluz.blogspot.com/



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

No Miolo Dos Livros

1

Como é bela
a página que se amarelou
atravessando tantos outonos.

Folha que não caiu,
como se permanecesse
entre a flora viva.

2

Algumas retiveram
a pálida silhueta
de marcadores
tardiamente removidos:

Involuntário rubor
pela dissidência do leitor.

3

Espremida entre as páginas,
mata-borrões da seiva viva,
a flor secou, trancada
na escuridão bidimensional.
Mas urdiu à força
uma ilustração intrusa
e temporal.







Mais do poeta e artista plástico Marcantonio Costa

sábado, 20 de agosto de 2011

Poema social

O espaço que antecede crepita
No espaço deixado no devir,
Um grito anuncia os estilhaços de vidros
Flanelinhas dos Deuses
Os anjos respiram homens esfomeados.

Catedrais ostentam ouro,
Enquanto Cristo se crucifica na esquina
Desfigurado no homem
Que desconhece o capital
Mas sabe do estômago  necessitado.

Morada de aridez e cansaço
No início da noite ouve-se uma ave Maria
Prece amarga para bocas secas
 

Os pratos vazios ajudam a orquestra
Compor a sonata da desigualdade.


Sandrio Cândido 

domingo, 14 de agosto de 2011

Essência

Hoje vi uma floresta
que o sol quase abandonava
enquanto seus olhos de luz
demoravam ainda sobre troncos
folhagens
ramos
pela estrada.
Hoje
percebi uma das essências possíveis de viver
chamada
enquanto.






Mais da poeta Dade Amorim