O espaço que antecede crepita
No espaço deixado no devir,
Um grito anuncia os estilhaços de vidros
Flanelinhas dos Deuses
Os anjos respiram homens esfomeados.
Catedrais ostentam ouro,
Enquanto Cristo se crucifica na esquina
Desfigurado no homem
Que desconhece o capital
Mas sabe do estômago necessitado.
Morada de aridez e cansaço
No início da noite ouve-se uma ave Maria
Prece amarga para bocas secas
Os pratos vazios ajudam a orquestra
Compor a sonata da desigualdade.
Sandrio Cândido
Um comentário:
É...Ouvimos a "sonata da desigualdade" vinda de longe (e de perto...).
Que lindo poema, Sandrio. Gosto demais da temática social na poesia e você soube desenvolvê-la com muito talento, sensibilidade e beleza.
Grande abraço! Parabéns!
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