Falso Profeta, insone, Extraviado,
Vivo, Cego, a sondar o Indecifrável:
e, jaguar da Sibila - inevitável,
meu Sangue traça a rota desse Fado.
Eu, forçado a ascender, eu, Mutilado,
busco a Estrela que chama, inapelável.
E a pulsação do Ser, fera indomável,
arde ao Sol do meu Pasto - incendiado.
Por sobre a Dor, Sarça do Espinheiro
que acende o estranho Sol, sangue do ser,
transforma o sangue em Candelabro e Veiro.
Por isso, não vou nunca envelhecer:
com meu Cantar, supero o Desespero,
sou contra a Morte e nunca hei de morrer.
Poema de Ariano Suassuna (1990)
Poema de Ariano Suassuna (1990)
6 comentários:
Belo soneto.
Sim... Mui belo...
Obrigada pela visita ao blog.
Abraços!
Satisfação pela volta de suas postagens. O Poeta Vivo merece!
Este Ariano se parece com o Augusto, que é dos Anjos, mas só este, porque há muitos outros arianos, que não se identificam com o próprio Ariano.
Abr.,
adora suassuna
Eu gosto muito de poesia, no outro dia veio comprar ração eukanuba ao meu petshop um dos mais conhecidos poetas do Brasil e ele me deu um livro autografado.
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