(Fotografia: Cris de Souza)
Suíte para uma pisciana numa indisfarçável baía
I
Acalenta, sim.
Acalenta.
Quando disfarço,
é para dizer o contrário
como se
me arrancassem a língua,
mas qualquer outra coisa
que o diga
poderia atrapalhar
a separação do joio do trigo,
e não seria para menos
se o tanto que te falei
ou o tanto que te pedi
não fizesse o vento
tão peremptório
atrapalhando
a conjunção das borboletas.
Mas estamos quites.
II
As sereias
nunca negaram a entranha
que não ostentam.
Despi-las,
sempre foi
um estranhamento.
Sempre foi um nexo
absurdo
no mundo oblíquo dessas
sacerdotisas.
III
Além de ti,
a última sentença que prolato,
entretanto, é minha discreta
mão
singrando o vento fosco
e morrendo infinda no
limite
da sua baía.
(José Carlos Sant Anna)
* O autor escreve AQUI.
11 comentários:
Bela sequência de poesias.
Adorei a tua generosidade, este carinho com um poeta bissexto.
Agora espalho meu agradecimento em toda parte, ouça as trombetas, Cris...
beijos, caríssima!
este poeta eu acompanho e a lira agradece!
Beijos!
Este leio aqui, ali e acolá: salve, poeta!
Beijos,
Coisa boa, Cris!!
Conheci e gostei imensamente da poesia de José Carlos Sant Anna!
Abraços aos dois poetas.
poética de alta linhagem do Zé Carlos,
abraços e beijos
Agradeço a todos a generosidade do olhar, a amizade e o carinho. Particularmente, à Caríssima (Cris).
Abraços para o Assis e beijos para as moças!
Gostei da escolha. É um magnífico poema.
Tem um bom fim de semana.
Beijo.
um passeio pela emoção. intenso, rico, profundo
maravilha de poeta!
abraços para todos.
Obrigado, Eleonora, pelo teu olhar. Também sou admirador do seu texto.
Abraço,
Gosto desse clima de confraternização.
Beijos a todos!
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