TIRO DE CANHÃO CONTRA TICO-TICO
Não há nada
Que eu veja
Ao derredor
Que não seja
Muralha circular
Sem portal
Diâmetro
Minúsculo
Alicerce na terra
Cornija no céu
É certo
Que a vida
Não me prometeu
Delicatessens
Delícias
Mas
Milícias
Também não
Por que
Então
Prisão
De segurança
Máxima
Quando
Liberta
Eu não conseguiria
Caminhar
Um milímetro
De raio
Fosse
Em qualquer
Direção
Tendo por centro
Minha tenda?
A priori
Estou
Vencida
MERA POESIA DE VIDA
Jangada
Ao sabor
Do vento:
Este
Meu conceito
De vida
Içada
A vela
Aflita
(Tecido gasto
Puído
A suplicar
Cerzido)
Vai seguindo
Singrando
Sangrando
Malgrado
Todo
E qualquer risco
(Mar revolto
Mar vivo:
Antes fosse morto)
TARDE TATUADA
No quintal
Do Olegário
Um bem-te-vi
Solitário
Cisma
Pensativo
Estático
Como se
Empalhado
Fosse
Doce imagem:
Tatuagem
Estampada
Bem no peito
Da tarde
CINEMA
Filme Noir
Muito preto
Algum branco
Pouco cinza
Nenhuma profundidade
Assim tem sido
Em verdade
A vida
Rotina enrolada
Na bobina
Onde projetar?
*
*
Poemas e telas de Zélia Guardiano, retirados da sua página no facebook. A autora publicou
os livros Poesia combina com tudo (2011) e Trem-bala (2012). Leia mais em seu
blog: Ad Litteram -
Zélia Guardiano.
8 comentários:
Fiquei muito feliz, Lara! Grata, querida! Mil beijos carinhosos
De nada, Zelinha! Gosto dessa variação de versos na sua poesia, do jogo de palavras... funciona muito com sua leveza. Beijo.
Salve, Zélia!!!!
Beijos,
é de profunda emoção
tais almas...
Transmissão de pensamento, Lara!
Estava flertando com os belos poemas da poetisa Zélia Guardiano para trazê-los aqui.
Maravilha!!
Abraços Zélia!
parabéns Zélia querida
Evoé! Dá gosto de ver tamanha desenvoltura...
Beijos.
Zélia tem lira nas ventas!
Beijos!
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