A CAIXA DE COSTURA DE DONA ANA
Este é um lugar cheio de fraturas
Pequeno osso
transformado em botão
Outro pequeno osso
outro botão
As cores são magníficas
e elas resistem há várias vidas
Estou cheio de fraturas
e agulhadas
Também
demorei meses para abrir
a caixa
E as linhas
então
enfileiradas
continuam enroladinhas
como se estivessem prontas
Carretéis de todos os tons
prontinhos pra partir
Certamente a espera
é a minha bagagem
Lalo Arias
ciranda de desconhecimento para senhora dos lilases
eu nada sei sobre o princípio das coisas
perscruto arcturus, aldebarã
espero um novo big bang para florir
por enquanto contemplo o caos
quero um estojo de madrepérolas
uma coleção de heliantos tardios
quem sabe o infinito esteja em teus lábios
Assis Freitas
lastro
a poesia dizia que a gente não ia mais parar
de se olhar. nunca mais, nunca mais.
e eu não li mais nada. quiçá viouvi. Amiúde
deixei de me derramar também. hoje,
eu dou umas risadinhas como as suas. umas
risadinhas assim, meio de leve, de olhar buendía. de você
peguei isso, assim, sem querer. você
me dá vontade de chorar.
Nina Rizzi
http://ninaarizzi.blogspot.com.br/
7 comentários:
Nossa... Que trio!
Lindos poemas!
Grande abraço aos poetas e a você, Dani!
Beijos!
Nina, Assis e Lalo são demais!
Bjos, Taninha :)
eu me sinto honrado em tão luxuosas companhias, obrigado Dani
beijos
Coisa rara 3 poetas do barulho - digo da poesia rara.
beijos
Maravilhosos esses três! Bem escolhido, Dani!
Beijos.
Tudo ótimo. A poesia é isso: baú de coisas antigas, e cada um com sua bagagem.
É também um desconhecer e um conhecer de coisas que muitas vezes estão tão próximas de nós.
E, principalmente, é algo que nos diz tudo, que nos alegra e que, muitas vezes, nos faz chorar.
Três poetas que sempre vale a pena ler, Dani. Maravilhosos.
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