OFÍCIO
Escrever
a água
da palavra mar
o vôo
da palavra ave
o rio
da palavra margem
o oco
da palavra nada.
AULA DE DESENHO
Estou lá onde
me invento e me faço:
De giz é meu
traço. De aço, o papel.
Esboço uma
face a régua e compasso.
É falsa.
Desfaço o que fiz.
Retraço o
retrato. Evoco o abstrato
Faço da
sombra minha raiz.
Farta de mim,
afasto-me
e constato:
na arte ou na vida,
em carne,
osso, lápis ou giz
onde estou
não é sempre
e o que sou é
por um triz.
Maria Esther Maciel
3 comentários:
Ofício: muito bom!
Beijos,
Que bom que também gostou, Tania! Acho a poesia de Maria Esther Maciel super bonita e tocante. Bjs!
Muito interessante a poesia de Maria Esther Maciel. É verdadeira lição de poesia experimental, bem de acordo com a pós-modernidade.
Postar um comentário