Nosso banquete não sacia.
Comi o tempo inutilmente
e inutilmente é a única
palavra do epitáfio.
Mais pesada do que a terra
é a espessa pátina de tantos
desejos e outros venenos
que aqui jazem para sempre.
Sobre o peito, sobre nada
se entrecruzam meus dedos
nus e quebrados por sonhos
cheios de anéis.
[Ruy Espinheira Filho]
Comi o tempo inutilmente
e inutilmente é a única
palavra do epitáfio.
Mais pesada do que a terra
é a espessa pátina de tantos
desejos e outros venenos
que aqui jazem para sempre.
Sobre o peito, sobre nada
se entrecruzam meus dedos
nus e quebrados por sonhos
cheios de anéis.
[Ruy Espinheira Filho]
6 comentários:
"Comi o tempo inutilmente
e inutilmente é a única
palavra do epitáfio..."
Doeu isso... acho que é porque ecoou bem lá dentro...
A poesia do Ruy é poderosa.
Ogrigada por compartilhar, Adrianna.
Beijo.
Caroline, conheço a poesia do Ruy há tempo. Como vc disse é poderosa. Também é sensível e contundente... Ele é demais!
Lindo poema!
Bela partilha, Adrianna. Beijo!
"Nosso banquete não sacia.
Comi o tempo inutilmente..."
Como bem exprimiu a Caroline, doeu...
Ruy Espinheira Filho, pelo que fiquei sabendo, é poeta consagrado com inúmeros livros de poesia já publicados.
Como diz o próprio poeta a sua poesia se funda na modernidade e daí não ser difícil notar certas influências de poetas modernistas como Bandeira e Cecília.
Excelente poesia para os leitores deste blog.
Poxa, que coisa mais bonita...
Bjos
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