PÁGINAS

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Corpo



Acrobata enredado
em clausura de pele
sem nenhuma ruptura
para onde me leva
sua estrutura?

Doce máquina
com engrenagem de músculos
suspiro e rangido
o espaço devora
seu movimento
(braços e pernas
sem explosão)

Engenho de febre
sono e lembrança
que arma
e desarma minha morte
em armadura de treva.




Armando Freitas Filho

Um comentário:

Tania Anjos disse...

"Acrobata enredado em clausura de pele... Doce máquina com engrenagem de músculos...Engenho de febre sono e lembrança..."

Metáforas muito bem construídas para dizer do corpo - este que nos acompanha queiramos ou não... Talvez o único bem que, de fato, tenhamos e que ao túmulo levamos.


Belo poema de Armando Freitas Filho - que eu não conhecia. Obrigada, Dri. Beijão!!