# extratos III
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Às vezes ouvia músicas que trazia momentos.Meio relicário,sei lá...O rádio tocava a canção e ela queria dançar.
Também usava palavras que não eram suas para dizer que a amava. Palavras da própria canção que ouvia e que ela queria dançar.Era um desejo secreto.
#E o silêncio tomou conta de tudo.Ao percorrer os aposentos nesse dia buscou ela em cada canto.
O espelho mostrava a estranha em que ela mesma havia se transformado.Não havia mais música tocando.
Só o vidro vazio do seu perfume continuava a exalar a essência que ela tanto buscava nos lençóis,no travesseiro.
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E havia ainda o sabor da sua pele,a textura, aquela maneira de apenas fechar os olhos e tocá-la...quase sentia o gosto.
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Chovia. Chovia sempre.E as palavras dela sobre a chuva ecoavam por ali...
e a maneira como ela lia Maria Teresa Horta ficou registrado numa gravação.
#e a maneira como ela lia Maria Teresa Horta ficou registrado numa gravação.
Também sentia a sua falta: a suavidade plena de pensar nela ali.
bebia o café junto com ela.Era assim que o dia começava a ser lindo.
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Um dia,o rádio tocará a mesma canção e ela estara ali ao alcance dos beijos e das mãos.
Mariana Gouveia
3 comentários:
belo, belo
abraço
Bela estréia, Jorge!
Lindo poema de Mariana Gouveia. Não conhecia a poeta.
Abraço grande!
Muito belo o poema, Tânia.
Bj bj
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