Rótulo
vou passar a amar a palavra
como jamais amei,
vou lhe dar um nome
escolher um sobrenome
vou amar a palavra
acima de todas as coisas
e abaixo de todas as outras
assim como amo as coisas do meio
sem receio
amar a palavra que é a coisa
própria coisa da coisa própria
o nome próprio que é seu
amar a borboleta da palavra
larva na lavra lava para depois
do casulo, o vulcão e a asa
como jamais amei,
vou lhe dar um nome
escolher um sobrenome
vou amar a palavra
acima de todas as coisas
e abaixo de todas as outras
assim como amo as coisas do meio
sem receio
amar a palavra que é a coisa
própria coisa da coisa própria
o nome próprio que é seu
amar a borboleta da palavra
larva na lavra lava para depois
do casulo, o vulcão e a asa
Objeto a falha no que me atualizam resoluções
Para Mariza Lourenço
tome um café
sinta, senta (será que você sente?)
café esperta a alma
(o mundo tão down...)
sem alma
tá danado viver
prum cara que nem deveria ter nascido
imagine a dureza
eu gostei do cachecol dobrado assim
no teu pescoço
você ficou uma puta charmosa
- vieni qui, bambino
nossas línguas quentes
não pelo café
pela dor de tudo
o amor de tudo
olha só aquele que vai por lá
vai carregando o mundo
sabe, italiana, sabe
tá me faltando punch
cimento crueza cinza mortalidade
me contorce
nenhum mito existe
eu que acredito tanto
senta aqui
meu colo pode ser o único lugar possível
o espaço aliado
o front vivo
não me deixes sem tua pele
eu pedi um drink vermelho porque é a oportunidade estou aqui debruçado na janela olhando o mundo lá fora o mundo aqui dentro é tão irreal o mundo lá fora é tão fotográfico quanta miséria hidrantes sem água calçadas sem
bueiros
vê se te manca
caia fora enquanto podes
não adiantará nenhum relatório
posso sentar aqui?
eu que acredito tanto
senta aqui
meu colo pode ser o único lugar possível
o espaço aliado
o front vivo
não me deixes sem tua pele
eu pedi um drink vermelho porque é a oportunidade estou aqui debruçado na janela olhando o mundo lá fora o mundo aqui dentro é tão irreal o mundo lá fora é tão fotográfico quanta miséria hidrantes sem água calçadas sem
bueiros
vê se te manca
caia fora enquanto podes
não adiantará nenhum relatório
posso sentar aqui?
Umbilicus
em nossa fábrica
fabrica-se o ilógico pano das cortinas,
das cortinas plásticas, elásticas, fluxíveis, leves
como plumas, rijas como planos,
densas como brumas e você,
este puma,
animal arisco no teatro sem vista para o ser.
em ti me junto, emplastro, me uno,
me curvo me cubro me deixo
ir
que somos feitos na mesma fábrica
com grosseiros ingredientes de iguais
e não nos conservamos. não, vamos,
e indo nos deixamos nos anos e nos amamos
na praça da fábrica que fundamos
de amor líquido, de amor sólido,
de amor-gás
tão voláteis como nossos reencontros.
fabrica-se o ilógico pano das cortinas,
das cortinas plásticas, elásticas, fluxíveis, leves
como plumas, rijas como planos,
densas como brumas e você,
este puma,
animal arisco no teatro sem vista para o ser.
em ti me junto, emplastro, me uno,
me curvo me cubro me deixo
ir
que somos feitos na mesma fábrica
com grosseiros ingredientes de iguais
e não nos conservamos. não, vamos,
e indo nos deixamos nos anos e nos amamos
na praça da fábrica que fundamos
de amor líquido, de amor sólido,
de amor-gás
tão voláteis como nossos reencontros.
Germano Viana Xavier, de
Iraquara – BA, é poeta, escritor, professor e jornalista. Outras belas
publicações do autor podem ser lidas em seu blog “O Equador das Coisas”: http://oequadordascoisas.blogspot.com.br/
5 comentários:
Poemas, poemas, poemas.
Quem vive sem eles não vive.
Belos poemas, Germano Xavier!
Agradecemos a Daniela Delias por tê-los "guardado" aqui conosco.
Grande abraço e parabéns, poeta!
Ele é incrível...
Bjo!
Trago os poemas enquanto tomo um café.
Beijos!
Lindos poemas, inspiradores. Excelente escolha. Abraço
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