PÁGINAS

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Manoel de Barros - 95 anos

O poeta Manoel de Barros – poeta vivo – comemora seus noventa e cinco anos de idade. Eu, particularmente, sou apaixonada, gosto imensamente de sua arte de escrever e me encanta sua biografia. Costumo dizer que lendo Manoel de Barros volto à infância que não tive...

Seu livro “MANOEL DE BARROS /poesia completa” - Editora Leya, 2010 - foi um presente que me dei em março deste ano. Na dedicatória a mim mesma, escrevi:

E lia e ria

envergonhada

de felicidade –

embriagada de poesia

 

Eu simplesmente não conseguia me conter ao abrir o livro e ler “ENTRADA”.  Estava fascinada. E fascinada cheguei à última página. Já conhecia o poeta, mas era como se o lesse pela primeira vez.

Poderia aqui compartilhar alguns fragmentos ou poemas na íntegra, mas, sinceramente, tentei e não consegui escolher ou colher... Então, deixo "apenas":


Entrada - Manoel de Barros


Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com os sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim: O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz. Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.



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Sugestão de site: Fundação Manoel de Barros

Convído-os também à leitura  poema-homenagem  DELÍRIOS DO VERBO ou Arapucas de pegar Manoel - (ao poeta Manoel de Barros) do poeta Wender Montenegro - postado em seu blog.
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Viva a poesia
Salve os Poetas!