PÁGINAS

quarta-feira, 27 de março de 2013

Abertura sob pele de ovelha
























Falso Profeta, insone, Extraviado,
Vivo, Cego, a sondar o Indecifrável:
e, jaguar da Sibila - inevitável,
meu Sangue traça a rota desse Fado.

Eu, forçado a ascender, eu, Mutilado,
busco a Estrela que chama, inapelável.
E a pulsação do Ser, fera indomável,
arde ao Sol do meu Pasto - incendiado.

Por sobre a Dor, Sarça do Espinheiro
que acende o estranho Sol, sangue do ser,
transforma o sangue em Candelabro e Veiro.

Por isso, não vou nunca envelhecer:
com meu Cantar, supero o Desespero,
sou contra a Morte e nunca hei de morrer.


Poema de Ariano Suassuna  (1990)


6 comentários:

António Eduardo Lico disse...

Belo soneto.

Tania Anjos disse...

Sim... Mui belo...

Obrigada pela visita ao blog.

Abraços!

Jayme Ferreira Bueno disse...

Satisfação pela volta de suas postagens. O Poeta Vivo merece!

José Carlos Sant Anna disse...

Este Ariano se parece com o Augusto, que é dos Anjos, mas só este, porque há muitos outros arianos, que não se identificam com o próprio Ariano.
Abr.,

araucariapoemas.blogspot.com.br disse...

adora suassuna

Jorge Ramiro disse...

Eu gosto muito de poesia, no outro dia veio comprar ração eukanuba ao meu petshop um dos mais conhecidos poetas do Brasil e ele me deu um livro autografado.